sexta-feira, 29 de agosto de 2014

O que exatamente nos leva a dizer “eu te amo”?

Amor, meu grande amor...


Publicada em: 08/06/2009
 
O que exatamente nos leva a dizer “eu te amo”, querido leitor? A busca alucinada pelo apaziguamento, ou o gosto irresistível pelas tormentas? O quê? O que nos faz apostar tanto?
Será um hábito adquirido através dos séculos? O medo ancestral de ser abocanhado pelo desconhecido? Ou a tendência a considerar amável isto que se nos assemelha, isto que nos reflete? Alguém aí pode me ajudar?
O amor... Hoje a minha dúvida toda está centrada no tema amor. O que exatamente nós amamos nos outros? A textura da pele? Os lábios? As pernas torneadas? A definição do abdome? Ou algo mais etéreo, como a alma?
O que nós buscamos tanto, meus amigos? A possibilidade de ser feliz? Ou aquela outra, menos nobre, de ser traído e mal tratado? Será o amor uma coisa doce, cheia de graça e de contentamento? Será o paraíso na Terra? Não sei...
Os amantes que se pronunciem. É a eles que me dirijo hoje. É deles que espero esclarecimentos, argumentos, lamentos. Por que continuam calados? Por que se entreolham assim, cheios de cumplicidade? Vamos! Respondam-me! O que verdadeiramente está por trás da experiência amorosa? O desejo secreto de matar o desejo? A vontade desenfreada de ser espezinhado? Ou a intenção de sumir, de ser tragado pelo outro?
 
Será alguma flecha? Alguma loucura? Deus? Diabo? Não sei... De onde estou, não posso responder. De onde falo, do centro do furacão, nada posso dizer.
Daqui, só se vê um turbilhão, emaranhado de sensações, ansiedade pelo telefone que não toca, pelo e-mail que não chega, pelas respostas que demoram a aparecer. Daqui, só se vê espera. Espera angustiada, medo de rejeição.
Mas nem só de diabo vive o amor... Daqui, de onde estou, também há frases inesquecíveis, palavras mágicas, beijos, toques, arrepio. Daqui, do olho do furacão, só se vê o resto voando pelos ares.
Vamos! Respondam-me, pelo amor de Deus! O que verdadeiramente está por trás da experiência amorosa?
http://www.clickideia.com.br/portal/mostrarConteudo.php?idPagina=19925

Literatura ajuda a superar doença rara


Publicado 18/08/2014
Portadora de MPS, jovem supera limitações, lança seu primeiro livro e já pensa no segundo 

Que a Literatura é movida pelas paixões humanas, ninguém duvida. Mas o que dizer quando, mais que um sentimento, o que move um autor é a vontade de superar limitações físicas, seu estado de saúde? Pois é isso que está acontecendo com a jovem Fabíola Torres, de 14 anos. Moradora da comunidade de Terra Nova, em Pernambuco, a menina teria motivos de sobra para não querer sair de casa ou, ainda, para reclamar (muito) da vida. Entretanto, ela escolheu outro caminho: escrever e dar asas à imaginação, usando suas dificuldades, desafios e superações como combustível de boas histórias. 
Os problemas de saúde de Fabíola começaram quando ela tinha apenas 5 anos: nessa época, ela começou a perder a visão, e a família descobriu que ela tinha Mucopolissacaridose (MPS), uma doença genética muito rara e que afeta todo o organismo da pessoa, principalmente, o coração, o fígado, o baço e a visão. Porém, a parte intelectual, ou seja, as capacidades cognitivas não sofre nenhum prejuízo. A menina recebe tratamento que consiste na aplicação de uma enzima, uma espécie de “reposição”, já que seu organismo não produz essa substância. Além dessa doença, Fabíola ainda apresenta coordenação motora um pouco prejudicada e tem características físicas do nanismo – isto é, de uma pessoa de pequena estatura. Apesar de todas as limitações físicas, a garota é considerada muito bem-humorada e inteligente – tem QI acima da média!
Mesmo com todos esses problemas de saúde, Fabíola é um exemplo de determinação e disciplina. Todos os dias da semana, de segunda a sexta, ela e a irmã saem do sítio da família, que fica na zona rural de Terra Nova, sertão de Pernambuco, e vão para Salgueiro, cidade a 7 quilômetros de distância de onde mora. Lá, ela estuda no 7º ano do Ensino Fundamental da Escola Agrícola de Umãs e encara uma rotina normal de estudos – e é a melhor aluna de sua turma.  
As dificuldades e as limitações parecem ter dado mais força para que Fabíola se animasse e decidisse transformar em livro sua história. Ela acabou de lançar “Difíceis momentos da vida”, volume composto de um único conto, no qual ela relata a história de Laila, uma menina que sofre preconceito racial. Apaixonada pela escrita e pela Literatura, a garota disse, recentemente, a um jornal de Pernambuco, que escreveria todos os dias se não fossem as limitações da visão.
Apoiada pelos amigos e pela família, a jovem escritora sonha em cursar jornalismo e tem Monteiro Lobato como um de seus autores favoritos. E, claro, sonha em escrever muitos outros livros – ela declarou, inclusive, que já está pensando um novo enredo, tendo o Sertão como cenário. O que Fabíola ainda talvez não tenha percebido é que sua própria história é extraordinária, surpreendente, digna, realmente, de um incrível romance. Força de vontade e paixão movem essa jovem, que nos mostra que acreditar e investir em si mesmo é possível, ainda que diante de diversidades e limitações.
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