quinta-feira, 26 de junho de 2014

Felicidade não se explica

Rumo

Não se perde a mania de escrever em guardanapos.
Mesmo que seja pra relatar belezas.
Hoje os temas sofridos dos poemas se modificaram.
Há minutos atrás tudo passou.
Sentimentos de perda tomaram outro rumo.

Encontraram seu caminho e não pretende voltar.

Juliana Francis

Meu lado insistente

Insistência

Muito espaço
Pouco tempo.

Muito tudo
Pouco nada.

Sempre tudo
Nunca nada.


Sempre, sempre...insistente.  

Juliana Francis

terça-feira, 24 de junho de 2014

Ainda existe quem escreva carta de amor


Todas as cartas de amor...


Fernando Pessoa

(Poesias de Álvaro de Campos)


Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)




Álvaro de Campos, 21/10/1935

Existe inverno até em dias de verão



 "Onde até na força do verão havia 
 tempestades de ventos e frios de crudelíssimo inverno"
                  (Frei Luiz de Souza)

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Meu coração está mudando de cor

  Lilás

Meu coração se fez lilás
Para não lembrar da tinta vermelha.
Dos dias vermelhos de glória
Pude sentir a profunda respiração do desejo.
O aconchego da confusão.
O tinto espalhando.
O livro no chão.
O coração deixando de ser vermelho.
E sentindo o crescimento do profundo sentimento de viver.

Viva!






 Imagem de um príncipe e grande leitor.
 Um Viva pra você!